11/2007 A Difusão da Música Erudita |
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11/2007 A Difusão da Música Erudita

11/2007 A Difusão da Música Erudita

A Difusão da Música Erudita

Muito se tem comentado sobre a possibilidade de popularização da música erudita no Brasil e não faltam projetos com esta proposta.

Todas as vezes que são realizados espetáculos de música clássica em locais públicos, a lotação é completa e os aplausos calorosos. Este fato demonstra que a música, seja clássica ou popular, encanta. Mas é preciso admitir que, no Brasil, o número de pessoas que tem acesso à música erudita é bem restrito em comparação aos demais estilos musicais, justificando-se a existência de muitos projetos de popularização do estilo clássico.

Um exemplo é a iniciativa do pianista Arthur Moreira Lima, que, depois de morar por vários anos fora do país, decidiu voltar e colocar a música clássica ao alcance de todos. Esta é a essência do projeto “Um Piano na Estrada”, lançado em 2003, que já percorreu centenas de cidades, levando um repertório que inclui obras de Villa-Lobos, Beethoven, Mozart, Radamés Gnattali, além de trabalhos de muitos artistas da música popular brasileira. Este projeto percorre literalmente seus caminhos, pois para colocá-lo em prática foi construído um caminha-teatro, palco itinerante de Arthur Moreira Lima.

O entusiasmo pela difusão da música clássica contagia também empresas do setor privado, como a Companhia Vale do Rio Doce, que, com incentivo da Lei Rouanet, neste ano, está destinado R$ 7,5 milhões para o patrocínio da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB).

Obstáculos à Popularização

Para muitos especialistas no assunto, o problema está nas restrições ao acesso à cultura musical. Não se tratam apenas de barreiras econômicas – embora o poder aquisitivo tenha forte impacto na questão – há outros aspectos que merecem atenção. Todos concordam que se a música fosse disciplina obrigatória no currículo do ensino básico fundamental brasileiro, os alunos naturalmente teriam mais acesso à música clássica, porém, este passo fundamental depende essencialmente de vontade política.

Analisando a questão de forma ainda um pouco mais abrangente, temos o fenômeno da globalização, que fez com que o leque de opções de entretenimento ampliasse sensivelmente. Hoje as pessoas têm um número extraordinário número de atividades atrativas e a cultura musical disputa espaço com múltiplas opções de entretenimento: acesso à internet, prática de exercícios na academia de ginástica, passeios ao shopping… Driblar esta concorrência é um desafio que, para ser superado, depende, em primeiro lugar, da formação educacional, mas que se supera também se intensificando ações como os projetos anteriormente citados, os eventos com foco em temas que despertem o interesse dos jovens pela música clássica e os concertos para grande público. Há muito a ser feito pela sociedade comprometida com o desenvolvimento sócio-cultural e econômico. Um papel especial compete aos meios de comunicação, que assumindo compromisso com a formação e a educação poderiam contribuir de forma muito positiva para a difusão da cultura musical.

Fontes: Antônio Mário Cunha
(Diretor do Conservatório Souza Lima)
www.arthurmoreiralima.com.br
www.osb.com.br
www.cvrd.com.br

Prof. Antonio Mario Cunha
Diretor do Souza Lima Ensino de Musica
Conservatório e Faculdade Internacional